A principais queixas dos alunos portugueses relativamente ao estudo secundário costumam ser as ciências exactas, mais específicamente a Física, a Química e sobretudo a Matemática. Ora aqueles que conseguem ter bom aproveitamento nestas matérias podem seguir para centros de investigação de excelência, e muitos deles aqui mesmo em Portugal. Pode parecer incrível, mas a verdade é que existem 42 centros de investigação portugueses de classe mundial, com a nota "Excelente" dada por um painel de 256 peritos estrangeiros que analisam a pente fino as unidades de Investigação e Desenvolvimento existentes no mundo inteiro.
Um dos centros de excelência é o Centro de Química Estrutural (CQE) do Instituto Superior Técnico, onde são feitos estudos avançados, como Química Bioinorgânica, Química Organometálica e Catálise Homogénea, Mecânica Estatística e Termodinâmica Experimental, Fotoquímica Molecular, Química de Coordenação e Electroquímica Molecular, Química e Electroquímica de Sistemas Ambientais e Química Orgânica. Com 130 investigadores (dos quais 84 doutorados vindos de todo o mundo), é um centro que publica 100 artigos por ano, com 53% nas melhores revistas científicas mundiais, e regista 5 patentes a cada ano. Só em 2008 receberam 4 prémios científicos.
Outro centro de excelência é o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP). Com 43 investigadores, 28 dos quais doutorados, o CAUP publica mais de 50 artigos/ano, com 80% nas melhores revistas científicas mundiais. É um centro com participação em vários projectos europeus e internacionais, nomeadamente a construção do Espresso, um espectógrafo de segunda geração para o VLT (Very Large Telescope) do Observatório Europeu do Sul (ESO) que servirá para detectar a presença de pequenos planetas, algo impossível com os detectores actuais. Outros projectos em que o CAUP participa são o CoRoT (a convite da Agência Espacial Europeia – ESA), que procura encontrar planetas exteriores ao sistema solar e desvendar o interior das estrelas; a missão Kepler da NASA, cuja sonda está destinada exclusivamente à detecção de planetas extra-solares semelhantes à Terra, uma das maiores ambições da astronomia actual; e ainda a missão Planck da ESA, que irá estudar a radiação de fundo do Universo, um projecto que permitirá saber mais sobre a sua origem e evolução, e sobre a natureza da matéria escura, que se acredita constituir a esmagadora maioria da massa do Universo.
Estes centros, apesar de mais concentrados nos grandes centros Lisboa e Porto, estão espalhados por Portugal inteiro, desde o Algarve até ao Minho, e abrangem áreas tão distintas como as Ciências Exactas, Naturais, da Saúde, da Engenharia e Tecnologias e Sociais, e ainda Artes e Humanidades. Por isso qualquer licenciado que queira prosseguir os estudos em investigação de ponta, em qualquer quadrante, pode fazê-lo indo para fora – cá dentro.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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