«É indiscutível que a economia portuguesa é pouco competitiva e tem dificuldade em concorrer com outros países.
Mas a verdade é que em Portugal os salários reais não só têm crescido em linha com a Alemanha, como o crescimento da produtividade tem conseguido acompanhar Berlim. Em Portugal, o custo por cada unidade produzida aumentou 26,4% entre 2000 e 2010, enquanto na Alemanha cresceu apenas 5,6%. Este indicador não conta, contudo, com a inflação, que tem sido bastante mais elevada nos países periféricos. Dois países podem crescer ao mesmo ritmo e partilharem os mesmos custos salariais, mas se um tiver uma taxa de inflação maior que o outro, os custos unitários do trabalho serão superiores. É o que tem acontecido entre, por exemplo, Portugal e Alemanha. Tendo em conta a inflação, as compensações reais dos trabalhadores evoluíram sensivelmente ao mesmo nível nos dois países, com a produtividade a crescer também a um ritmo similar.
Na semana passada, a "Business Insider" escrevia: "Os Europeus do Sul não são preguiçosos", sublinhando que os trabalhadores de países como Portugal e Grécia trabalham mais horas que franceses e alemães. A diferença é que os dois últimos trabalham de forma mais eficiente. Isto é, ineficiências e outro tipo de custos que não salários deverão ser os responsáveis pela fraca competitividade da periferia.»
fonte: Jornal i
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